"That was due to Crabtree's expertise and flair during a wine tasting that lasted until sunrise, and that is still remembered in the neighbouring town of 'Vila Real´as the "Night of the Englishman', that Don José Mateus first realised the potential of his Estate's Rosés as suitable for the English palate"

Santos, Bartolomeu dos, 'Joseph Crabtree and the Caliph of Fonthill', 1985, in The Crabtree Orations (1954-1984), ed. Brian Bennett & Negley Harte, The Crabtree Foundation, London, 1997
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23.5.08

Do blog "Terra do Sol", assinado JC

O mestre Bartô partiu para não voltar, foi mais uma vez a Londres e desta vez não regressou à "sua" cidade de Tavira...Ainda em vida, manisfestou o desejo de ser cremado e que as cinzas fossem lançadas nas águas tranquilas do Gilão. Desde os tempos da tropa, esta era a sua cidade de eleição. Imortalizou na tela o jardim da minha infância, as amendoeiras que subi vezes sem conta, desfolando joelhos e destruindo calças e sapatos. Acompanhei, muitos anos depois, o regresso a Tavira e a concretização de um sonho. Montar um atelier nas escadinhas de Santana e transmitir muitos anos de experiência a outra geração de gravadores e mestres!

Entretanto, Bartolomeu Cid dos Santos foi contruindo uma carreira que o levou a ser considerado um dos mais importantes artistas plásticos portugueses do século XX, nomeadamente na disciplina de gravura, estando representado em inúmeras colecções institucionais e particulares, bem como nos domínios da arte pública, caso dos murais de azulejos das estações do Metropolitano de Lisboa (Entre Campos) e de Tóquio (Nihonbashi) e da Estação do Pragal e da Reboleira.

Na última fase da sua vida dedicou-se à criação do Centro de Gravura e Desenho de Tavira (onde ficaria depositado o seu espólio), que a Câmara de Tavira promete não esquecer, depois de concretizado o desejado atelier em 1995, com os apoios do Henrique Delgado Martins, da Casa das Artes de Tavira e da Fundação Calouste Gulbenkian e inaugurado por Maria Barroso, esposa do então Presidente da República, Mário Soares. Acompanhei de perto este processo, desenhado ao pormenor em longas noites de cavaqueira com ele e a Fernandinha na Casa das Artes...

Em 2005 foi agraciado pelo Município de Tavira com a Medalha Municipal de Mérito (Grau Cobre), era Professor Emeritus da Universidade de Londres, “Fellow” do University College de Londres e Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.Há dias assim, em que as notícias caem e ficamos quedos e mudos. Em respeito por aqueles que partem e deixam nas nossas memórias recordações de momentos felizes!