"That was due to Crabtree's expertise and flair during a wine tasting that lasted until sunrise, and that is still remembered in the neighbouring town of 'Vila Real´as the "Night of the Englishman', that Don José Mateus first realised the potential of his Estate's Rosés as suitable for the English palate"

Santos, Bartolomeu dos, 'Joseph Crabtree and the Caliph of Fonthill', 1985, in The Crabtree Orations (1954-1984), ed. Brian Bennett & Negley Harte, The Crabtree Foundation, London, 1997
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24.5.08

Do blog "O tempo das cerejas" por Vitor Dias

A morte de um pintor de mérito
Um adeus a Bartolomeu Cid


Embora com o atraso de um dia em relação à imprensa, do qual me penitencio vivamente, quero assinalar aqui, sob a forma de homenagem, o falecimento na passada quarta-feira de Bartolomeu Cid dos Santos (ver biografia em baixo), um artista plástico com uma vasta obra e muito mérito, um homem bom e generoso, um cidadão íntegro, vertical e de sólidas convicções progressistas, membro do PCP desde há muitos anos e cujas obras tiveram sempre uma presença regular nas Bienais de Artes Plásticas da Festa do Avante!. Não o conhecia pessoalmente, mas conhecendo o que alguns dos seus amigos mais próximos dele me diziam, posso bem calcular o que sua morte representa não apenas para os seus familiares mas também para o universo de amigos que ele tanto estimava e que tanto o estimavam a ele. É por isso que posso, por exemplo, contar que Bartolomeu Cid mandava sempre aos amigos um cartão de Boas Festas feito por ele, habitualmente uma pequena gravura desenhada e impressa expressamente. Este ano, já doente, deu-se ao trabalho de até as pintar a lápis de cera... Este seu último cartão é reproduzido já a seguir:

O texto «giratório», uma vez traduzidopara português, afirma:«Esperamos que 2008 veja o fim daguerra do Iraque (não verá) e ofim do presidente Bush (verá)e também alguma felicidadepara todos nós (talvez)».
Elementos biográficos: Bartolomeu Cid dos Santos nasceu em 1931. Estudou na Escola Superior de Belas Artes de Lisboa 1950-56 Slade School of Fine Art 1956-58 com Anthony Gross. De 1961 a 1996 ensinou no Departamento de Gravura da Slade School. Era Emeritus Professor in Fine Art da Universidade de Londres e Fellow do University College London. Era membro da Royal Society of Painter Printmakers. Foi artista visitante em numerosas escolas de Belas Artes na Grã Bretanha. No estrangeiro foi professor visitante da Universidade de Wisconsin, em Madison (1969 e 1980), na Konstkollan Umea, Suécia (1977 e 1978), no National College of Art em Lahore, Paquistão (1986 e 1987) e na Academia de Artes Visuais de Macau em numerosas ocasiões. Teve a sua primeira exposição individual em 1959, na Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa. Desde então expôs individualmente 82 vezes em Lisboa, Porto, Frankfurt, Rotterdam, Detroit, Madison, Angra do Heroísmo, Oxford, Londres, Umea, Johanesburg, Cape Town, Tóquio, Paris, Nassau, Antuérpia, Cidade do México, Wiesbaden, Heidelberg, Bonn, Meinz, Islamabad, Glasgow, Karachi, Braga, Sheffield, Luxemburgo, Granada, Tavira, Macau, Funchal, Osnabrüch, Lahore e Rabat. Em 2001 tem duas retrospectivas, respectivamente no Centro Cultural de Cascais e em Londres na Galeria do London Institute. Expôs pela primeira em 1940 na Exposição de Arte Infantil de O Século na S.N.B.A. onde obteve o prémio de desenho. Em 1951 expôs na 6ª. Exposição Geral de Artes Plásticas da S.N.B.A.. Desde então expôs colectivamente cerca de duzentas vezes em Portugal e no estrangeiro, destacando-se Avant Garde British Printmaking 1914-1960 no Museu Britânico, em 1990 e 2000, Signatures of the Invisible em Londres, na Atlantis Gallery. Em 1989 teve uma retrospectiva no Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian.