"That was due to Crabtree's expertise and flair during a wine tasting that lasted until sunrise, and that is still remembered in the neighbouring town of 'Vila Real´as the "Night of the Englishman', that Don José Mateus first realised the potential of his Estate's Rosés as suitable for the English palate"

Santos, Bartolomeu dos, 'Joseph Crabtree and the Caliph of Fonthill', 1985, in The Crabtree Orations (1954-1984), ed. Brian Bennett & Negley Harte, The Crabtree Foundation, London, 1997
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21.5.08

"Expresso" - Bartolomeu Cid era "pessoa única e fantástico gravador" - Paula Rego

Bartolomeu Cid dos Santos "era uma pessoa única e um fantástico gravador", descreveu hoje à agência Lusa a pintora e amiga Paula Rego, que estava presente no momento da morte do artista plástico, que faleceu hoje em Londres, ao 77 anos.

"Eu estava lá", contou a pintora, por telefone, à agência Lusa, manifestamente triste pela morte do "extraordinário" amigo, ocorrida às 10:35.

Amigos "há muitos anos", os dois conheceram-se na capital britânica, onde ambos se instalaram nos anos 1950 e estudaram na Slade School of Fine Art, acrescentou Paula Rego.

Mais tarde, prosseguiu, "quando havia a Sociedade dos Gravadores em Lisboa, ele ensinou-me a fazer água forte, a fazer gravuras e água tinta".

O conhecimento "como ninguém" de gravura, técnica "subtil e difícil", levou a que Bartolomeu Cid fosse convidado a ensinar na Slade.

"Ele levava os alunos a ver as gravuras no Museu Britânico, onde se pode pedir para tirar as gravuras para fora e estudar, e dava-lhes oportunidade para ver e tocar nos originais de Rembrandt, Goya e outros", relatou Rego.

"Isso é algo que é raro os professores fazerem", elogiou.

Sobre a obra de Bartolomeu Cid, Paula Rego afirmou: "O trabalho gráfico dele é único e ficará para sempre, tenho a certeza".

Qualificando a globalidade do trabalho como "excepcional", a pintora destaca alguns objectos de gravura mais recentes, nomeadamente "umas caixas muito engraçadas com espírito e uma certa nostalgia".

Depois de se aposentar, há alguns anos, Bartolomeu Cid vivia "entre Londres e Portugal" e o contacto com Paula Rego tornou-se menos frequente.

"Eu via-o de vez quando, mas não o via tantas vezes como gostava", confessou.

Paula Rego não soube adiantar pormenores sobre a cerimónia fúnebre ou o destino do espólio de Bartolomeu Cid.

Nascido em 1931 em Lisboa, Bartolomeu Cid dos Santos deixa viúva e filhas.
BM.